As novas normas contábeis internacionais (IFRS) exigem das empresas brasileiras uma adaptação que envolve mudanças na forma de registrar, apresentar e divulgar as informações financeiras. Essas mudanças visam aumentar a qualidade, a comparabilidade, a confiabilidade e a transparência das demonstrações financeiras, facilitando o acesso ao mercado de capitais global e a tomada de decisões dos investidores.
Neste post, vamos abordar os seguintes tópicos:
– Desafios da adaptação às IFRS
– Oportunidades da adaptação às IFRS
– Diferenças entre as normas contábeis locais (BRGAAP) e as normas internacionais (IFRS)
– Como se preparar para a adaptação às IFRS
– Benefícios esperados da adaptação às IFRS
Desafios da adaptação às IFRS
A adaptação às IFRS requer uma série de ajustes nos sistemas, processos, políticas e práticas contábeis das empresas, que podem demandar tempo, recursos e capacitação. Alguns dos principais desafios são:
– Revisar e atualizar os critérios de reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação dos ativos, passivos, receitas, despesas e resultados das empresas.
– Elaborar e publicar demonstrações financeiras consolidadas, incluindo as subsidiárias no exterior, que devem ser convertidas para a moeda funcional da controladora.
– Realizar testes de impairment (redução ao valor recuperável) dos ativos não circulantes, considerando o valor em uso ou o valor justo.
– Adotar o regime de competência para o reconhecimento das receitas e despesas, considerando os critérios de transferência dos riscos e benefícios da propriedade dos bens ou serviços.
– Reconhecer os ativos e passivos fiscais diferidos, decorrentes das diferenças temporárias entre o lucro contábil e o lucro tributável.
– Divulgar informações adicionais nas notas explicativas, tais como as políticas contábeis adotadas, as estimativas e julgamentos utilizados, os riscos e incertezas envolvidos, os impactos das mudanças nas normas contábeis e os principais indicadores financeiros.
Oportunidades da adaptação às IFRS
Apesar dos desafios, a adaptação às IFRS também traz uma série de oportunidades e benefícios para as empresas brasileiras, tais como:
– Melhorar a qualidade e a credibilidade das informações financeiras, aumentando a confiança dos investidores, credores, fornecedores, clientes e demais stakeholders.
– Facilitar o acesso ao mercado de capitais internacional, reduzindo os custos de captação de recursos e ampliando as alternativas de financiamento.
– Comparar as demonstrações financeiras com as de outras empresas do mesmo setor ou região, facilitando a análise de desempenho, a avaliação de riscos e oportunidades e a tomada de decisões estratégicas.
– Integrar e padronizar os processos contábeis entre as unidades da empresa no Brasil e no exterior, aumentando a eficiência operacional e a governança corporativa.
– Alinhar-se com as melhores práticas internacionais de contabilidade e gestão empresarial, favorecendo a inovação e a competitividade.
Diferenças entre as normas contábeis locais (BRGAAP) e as normas internacionais (IFRS)
As normas contábeis locais (BRGAAP) são baseadas na legislação societária brasileira (Lei nº 6.404/76) e nas normas emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que buscam convergir com as IFRS. No entanto, ainda existem algumas diferenças entre as normas locais e internacionais, que devem ser observadas pelas empresas na elaboração das demonstrações financeiras. Algumas dessas diferenças são:
– A classificação dos ativos circulantes e não circulantes no BRGAAP é baseada no critério de realização em até 12 meses ou mais, enquanto nas IFRS é baseada no conceito de ciclo operacional da empresa.
– A avaliação dos estoques no BRGAAP é feita pelo custo médio ponderado ou pelo método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), enquanto nas IFRS é feita pelo custo médio ponderado ou pelo método UEPS (último que entra, primeiro que sai).
– A contabilização dos investimentos em coligadas e controladas no BRGAAP é feita pelo método da equivalência patrimonial, enquanto nas IFRS é feita pelo método do valor justo ou do custo, conforme o caso.
– A contabilização dos instrumentos financeiros no BRGAAP é feita pelo custo amortizado ou pelo valor justo, conforme o caso, enquanto nas IFRS é feita pelo valor justo ou pelo valor justo por meio do resultado, conforme o caso.
– A contabilização dos contratos de arrendamento mercantil no BRGAAP é feita pelo método financeiro ou operacional, conforme o caso, enquanto nas IFRS é feita pelo método único, que reconhece um ativo e um passivo para o arrendatário.
Como se preparar para a adaptação às IFRS
A adaptação às IFRS requer um planejamento cuidadoso e uma execução eficaz por parte das empresas, que devem considerar os seguintes aspectos:
– Definir o escopo e o cronograma do projeto de adaptação às IFRS, envolvendo as áreas contábil, financeira, fiscal, jurídica, de tecnologia da informação e de recursos humanos.
– Avaliar os impactos das mudanças nas normas contábeis nos sistemas, processos, políticas e práticas contábeis da empresa, bem como nos indicadores financeiros e nos resultados.
– Capacitar os profissionais envolvidos no projeto de adaptação às IFRS, por meio de cursos, treinamentos, workshops e consultorias especializadas.
– Elaborar as demonstrações financeiras de acordo com as IFRS, incluindo as demonstrações comparativas do período anterior e as notas explicativas com as reconciliações dos saldos e dos resultados entre as normas locais e internacionais.
– Divulgar as demonstrações financeiras de acordo com as IFRS aos usuários internos e externos, seguindo os prazos e os requisitos legais e regulatórios.
Benefícios esperados da adaptação às IFRS
A adaptação às IFRS pode trazer uma série de benefícios para as empresas brasileiras, tais como:
– Melhorar a qualidade e a credibilidade das informações financeiras, aumentando a confiança dos investidores, credores, fornecedores, clientes e demais stakeholders.
– Facilitar o acesso ao mercado de capitais internacional, reduzindo os custos de captação de recursos e ampliando as alternativas de financiamento.
– Comparar as demonstrações financeiras com as de outras empresas do mesmo setor ou região, facilitando a análise de desempenho, a avaliação de riscos e oportunidades e a tomada de decisões estratégicas.
– Integrar e padronizar os processos contábeis entre as unidades da empresa no Brasil e no exterior, aumentando a eficiência operacional e a governança corporativa.
– Alinhar-se com as melhores práticas internacionais de contabilidade e gestão empresarial, favorecendo a inovação e a competitividade.
Conclusão
A adaptação às novas normas contábeis internacionais (IFRS) é um processo que traz desafios e oportunidades para a harmonização e a transparência das demonstrações financeiras das empresas brasileiras. As empresas devem se preparar adequadamente para essa transição, buscando capacitar seus profissionais, avaliar os impactos das mudanças nas normas contábeis e elaborar as demonstrações financeiras de acordo com as IFRS. Os benefícios esperados são a melhoria da qualidade e da credibilidade das informações financeiras, a maior facilidade de acesso ao mercado de capitais internacional, a maior comparabilidade das demonstrações financeiras com as de outras empresas do mesmo setor ou região, a maior integração e padronização dos processos contábeis entre as unidades da empresa no Brasil e no exterior e o maior alinhamento com as melhores práticas